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sexta-feira, 26 de abril de 2024

parcerias entre a ENGIE Brasil Energia e a Prefeitura de Lajes rendem bons frutos

 


Ontem (25), foi dia de receber, de forma simbólica, da empresa ENGIE Brasil Energia, o Centro Multiuso, que está sendo idealizado por meio de parcerias entre a ENGIE Brasil Energia e a Prefeitura de Lajes. 

Se fizeram presentes na ocasião, o Vice-prefeito Zé Mata; Secretário de Educação, Raimundo Manoel; representantes da empresa ENGIE Brasil Energia e demais secretários e membros da gestão. 

#prefeituradelajes
#governandoparatodos


Prefeito Felipe Menezes esteve Hoje em Jardim de Angicos com o prefeito Carlinhos e o técnico do SENAR Josemar


 O prefeito Felipe Menezes esteve Hoje a na casa de seu amigo e prefeito de Jardim de Angicos, @carlinhos.jardim , participando de um momento junto ao representante técnico do SENAR, Josemar, onde foi dialogado  sobre parcerias a serem desenvolvidas voltadas ao homem e a mulher do campo

Nessa visita esteve também acompanhando o Secretário de Educação de Lajes Raimundo Manoel.

Governo propõe imposto mais alto para bebidas com maior teor alcoólico


 Foto: Getty Images

Ao propor a incidência do Imposto Seletivo (IS), apelidado de “imposto do pecado”, para bebidas alcoólicas, o governo sugeriu uma alíquota específica que varia de acordo com o teor alcóolico pelo volume dos produtos. A sugestão está no principal projeto de lei complementar de regulamentação da reforma tributária, apresentada nesta semana.

O Imposto Seletivo será aplicado aos produtos considerados danosos à saúde e ao meio ambiente, como forma de desestimular o consumo. As taxas ainda serão definidas por lei ordinária.

“O consumo de bebidas alcoólicas representa grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Estudos da Organização Mundial da Saúde indicam que este consumo está associado a ampla gama de Doenças Crônicas Não Transmissíveis – DCNT, como doenças cardiovasculares, neoplasias e doenças hepáticas. Além disso, o uso excessivo de álcool está relacionado a problemas de saúde mental, bem como a ocorrência de violência e acidentes de trânsito”, diz o governo na exposição de motivos.

Metrópoles



Depoimento de Elon Musk será usado para pedir impeachment de Moraes


 Foto: Getty Images/Maja Hitij; Nelson Jr./SCO/STF

O depoimento de Elon Musk à Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados será usado, pela oposição, para tentar arregimentar votos para o impeachment de Alexandre de Moraes. Parlamentares críticos do ministro admitem, hoje, não ter os 54 votos necessários no Senado para aprovar um pedido de afastamento. Mas acreditam que o fator Musk vai alterar o cenário.

A oposição prevê que novas decisões sigilosas do magistrado do STF serão tornadas públicas até a oitiva do empresário, mas que o material divulgado no caso conhecido como “Twitter files” já é forte o suficiente para turbinar uma campanha pelo afastamento do magistrado.

Segundo o deputado federal Marcel Van Hattem (Novo), Moraes teria cometido duas irregularidades no exercício da função, de acordo com os documentos vazados.

“O ‘afastamento de garantias individuais’ foi um argumento usado por Alexandre de Moraes em decisões que miraram críticos dele e opositores do governo. Se é uma garantia individual, não pode ser afastada com a frequência que tem sido afastada pelo ministro. Está configurada, também, a prática de censura ao suspender as contas de agentes políticos nas redes sociais”, opinou Van Hattem.

A atuação de Alexandre tem sido respaldada pelo presidente da Corte, o ministro Luís Roberto Barroso, que já manifestou publicamente apoio ao magistrado. O depoimento de Elon Musk deverá ocorrer por videoconferência, em data ainda a ser definida.

Votos

Para o impeachment de um ministro do STF são necessários 54 votos no Senado, o que representa dois terços da Casa. Atualmente, a oposição contabiliza ter entre 30 e 35 votos a favor do afastamento.

Nos 133 anos do Supremo, nunca um magistrado foi afastado da cadeira em decorrência de um processo de impeachment.

Paulo Cappelli – Metrópoles



Câmara se irrita com governo Lula e Senado e teme atraso de recursos antes da eleição


 Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

O adiamento da sessão do Congresso Nacional para análise de vetos presidenciais, prevista para quarta-feira (23), foi uma vitória para o governo Lula (PT), mas não significa que haverá dias mais tranquilos na relação do Executivo com o Parlamento.

O governo conseguiu adiar a sessão, evitando possível derrota em diferentes projetos. O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou o adiamento pouco depois de o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmar ser “muito ruim” não realizá-la no dia.

O episódio contrariou Lira, e o clima entre o governo e a cúpula da Câmara dos Deputados não teve melhora. Também não há harmonia entre os comandos da Câmara e Senado.

Folha de S. Paulo



Povo quer a verdade, diz Musk sobre X ser o app mais baixado no Brasil

Foto: Divulgação/Ministério das Comunicações

O dono do X, Elon Musk, afirmou nesta 5ª feira (25.abr.2024) que os brasileiros “querem a verdade”. Deu a declaração ao comentar uma publicação de que o aplicativo é o mais baixado no Brasil em dispositivos iOS, da Apple.

“X é o aplicativo de notícias número 1 na AppStore do Brasil, liderando tanto as categorias gratuitas quanto as de bilheteria”, disse a publicação respondida por Musk.

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O empresário tem feito críticas à Justiça brasileira e, principalmente, ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Os comentários vieram depois das declarações feitas pelo jornalista norte-americano Michael Shellenberger. Segundo ele, o magistrado está limitando a liberdade de expressão no país.

Poder360

 


Com BR-304 interditada há quase um mês, Dnit anuncia que construção de desvio chega a 50% de conclusão


 Foto: Divulgação 

Com a BR-304 interditada há quase um mês, após o rompimento de uma ponte no município de Lajes, o desvio construído pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) está com 50% de execução, segundo anunciou o órgão federal.

A ponte se rompeu no dia 31 de março deste ano, após a cheia de rios na região. O desvio começou a ser construído no dia 3 de abril e tinha previsão de conclusão de 15 dias. Segundo o Dnit, a expectativa atual é de que o desvio comece a ser usado na primeira quinzena de maio.

“A conclusão dos serviços está condicionada a condições climáticas favoráveis, uma vez que o excesso de chuva dificulta a colocação de material do pavimento”, informou o órgão.

A rodovia corta o Rio Grande do Norte de Leste a Oeste e é a principal ligação entre as maiores cidades do estado – Natal e Mossoró.
Enquanto o desvio oficial não é finalizado, usuários da BR-304 têm utilizado uma estrada improvisada, aberta por dentro de fazendas da região. Os motoristas chegam a pagar até R$ 30 para atravessar o trecho.

G1RN



Alagamento interdita parcialmente BR-101 em Natal e deixa trânsito congestionado na região


 Foto: Reprodução

A chuva que caiu sobre Natal na manhã desta sexta-feira (26) causou alagamento e, inclusive, interdição de um trecho da BR-101, próximo à Arena das Dunas e ao viaduto do complexo viário do Quarto Centenário.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, por volta das 09h15, a marginal da rodovia no sentido ao centro da cidade – e que dá acesso ao viaduto – ficou totalmente bloqueada. A pista principal estava parcialmente interditada, por causa do acúmulo de água.

O incidente causou um congestionamento de aproximadamente 2 km no sentido ao centro da cidade.

Já às 10h27, a polícia informou que o fluxo foi parcialmente liberado após o recuo do acúmulo de água no trecho.

G1RN



Reforma acaba com isenção de comprinhas na Shein e Shopee


 FOTO: REPRODUÇÃO

O projeto de lei complementar que regulamenta a reforma tributária prevê que as compras feitas em sites estrangeiros, como Shein e Shopee, passarão a ser tributadas pelo Imposto sobre Valor Agregado (IVA), alíquota criada pela nova proposta. Caso o texto seja aprovado, a mudança passa a valer a partir de 2026.
A regra abrange as plataformas domiciliadas no exterior. Atualmente, compras estrangeiras de até US$ 50 são isentas do imposto de importação, mas é cobrado o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) por parte dos estados.


Com a mudança proposta pelo governo, a cobrança do IVA é feita independentemente do valor do produto ou serviço. Dessa forma, as empresas serão responsáveis pelo recolhimento do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), no âmbito estadual, e pela Contribuição Sobre Bens e Serviços (CBS), na esfera federal — que juntos, compõem o IVA. A proposta do governo não altera as regras sobre o imposto de importação, cuja alíquota atual é de 60%.

Reforma tributária
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entregou a proposta de regulamentação da reforma tributária ao Congresso Nacional nessa quarta-feira (24/4).

O texto traz mudanças no recolhimento de impostos, simplificando os tributos existentes atualmente. Além disso, propõe a isenção das alíquotas sobre alimentos que compõem a cesta básica e o cashback de tributos a famílias que recebem até meio salário mínimo.

Principal mudança da proposta é nos impostos
O Congresso Nacional já está com o principal texto de regulamentação da reforma tributária sobre o consumo, que inclui detalhes de impostos e termos como cashback. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entregou em mãos as propostas do governo para o presidente da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco.
Ambos afirmaram que vão votar o projeto de lei complementar o mais rápido possível.

Para os consumidores, resta compreender um pouco mais das siglas, novas taxas e novidades que essa regulamentação vai trazer. A reforma tributária vem, principalmente, com modificações em impostos.
Esse será o primeiro de três textos que vão regulamentar a Emenda Constitucional nº 132, que altera o Sistema Tributário Nacional, aprovada pelo Congresso em 2023 e promulgada no fim do ano. Ainda serão enviados mais dois projetos, nas próximas semanas, para tratar de outros trechos, como a forma de organização do Comitê Gestor.

Tribuna do Norte



Petrobras decide pagar R$ 21,95 bilhões em dividendos extras


  Foto: Reprodução

Os acionistas da Petrobras aprovaram por maioria a proposta da União de pagamento de 50% dos dividendos extraordinários retidos no início de março – ou seja, metade dos R$ 43,9 bilhões , correspondente a R$ 21,9 bilhões. Além disso, como novidade, foi aprovada a avaliação do pagamento da metade restante desse montante da reserva ao longo de 2024, com decisão a ser tomada até 31 de dezembro. As ações da empresa subiam 1,11% no início da tarde desta quinta-feira (25).


A alteração na proposta original de distribuição de dividendos, feita pelo Conselho de Administração, foi realizada pelo representante da União na Assembleia Geral Ordinária de Acionistas da Petrobras (AGO), Ivo Timbó. Ele reiterou o pagamento em duas parcelas, sendo a primeira em 20 de maio e a segunda em 20 de junho de 2024, conforme já havia sido sinalizado pela administração da estatal. Assim, os pagamentos extraordinários acontecerão nas mesas datas dos dividendos ordinários relativos ao quarto trimestre de 2023.

Na ocasião, também serão pagos R$ 14,19 bilhões referentes a compromissos assumidos anteriormente pela Petrobras, levando em conta o lucro de 2023 e a fórmula prevista em sua Política de Remuneração aos Acionistas. Dessa forma, considerando todos os repasses, atualmente os valores somam R$ 2,8949567 por ação preferencial e ordinária, sendo que cada uma das duas parcelas equivale neste momento a R$ 1,44747835. As atualizações seguirão sendo realizadas até o efetivo pagamento e têm como base a taxa Selic.

A proposta aprovada em assembleia delega à administração da Petrobras a decisão sobre o formato de pagamento, por meio de dividendos ou por juros sobre capital próprio, a que melhor se adeque ao interesse tributário da companhia. A definição sobre o tema, que gerou crise entre o ministério de Minas e Energia e o presidente da Petrobras, saiu após o sinal verde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na semana passada. A divergência entre os poderes dentro do Conselho de Administração desencadeou mais uma crise entre Prates e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, apaziguada após a entrada do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no circuito.

A distribuição de metade dos dividendos extraordinários significará um ingresso de pouco mais de R$ 6 bilhões nos cofres da União, que é a principal acionista da estatal. Um impasse envolvendo o pagamento dos dividendos extraordinários vinha se arrastando desde março, quando foi anunciado o resultado financeiro da companhia em 2023 com um lucro líquido de R$ 124,6 bilhões. Na ocasião, o Conselho composto majoritariamente por representantes da União, comunicou que faria a retenção dos dividendos extraordinários, avaliados R$ 43,9 bi.

Tribuna do Norte 




O que deve mudar com a regulamentação da reforma tributária


 


Foto: UESLEI MARCELINO/REUTERS

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enviou ao Congresso Nacional nessa quarta-feira (24/04) a primeira proposta de regulamentação da reforma tributária.O projeto de lei complementar trata das regras para os impostos criados pela reforma, aprovada em 2023 e que pretende simplificar o regime de tributação sobre o consumo no país.

No lugar do antigo arranjo de tributos federais, estaduais e municipais, que tinham uma alíquota média total de 34%, o governo propõe um Imposto sobre Valor Adicionado (IVA) de 26,5%.

A regulamentação total da reforma tributária deve ocorrer entre 2024 e 2025, a depender da aprovação de deputados e senadores. A transição para o novo modelo está prevista para começar em 2026.

Confira os principais pontos da proposta do governo:

Novos impostos

O texto define que o IVA será composto por dois tributos: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), gerido pela União; e Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), gerido por Estados e municípios.

O IVA entrará no lugar de três tributos federais (PIS, Cofins e IPI), um estadual (ICMS) e um municipal (ISS).  A proposta prevê uma alíquota média de 26,5%, podendo variar entre 25,7% e 27,3%, segundo informou o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy.

Foi criado ainda o Imposto Seletivo (IS), de natureza regulatória, para desestimular o consumo de bens prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Essa taxa será cobrada sobre veículos, embarcações e aeronaves, produtos fumígenos (cigarros, cigarrilhas, charutos, tabaco, entre outros), bebidas alcoólicas, bebidas açucaradas e bens minerais extraídos.

A lista não incluiu alimentos ultraprocessados, apesar da indicação de especialistas da área da saúde em defesa da cobrança sobre esses produtos.

Devolução de impostos

O projeto cria também um sistema de devolução personalizada de impostos, popularizado pelo termo em inglês "cashback", para a população mais pobre. 

Famílias com renda per capita de até meio salário mínimo (o equivalente a R$ 706 atualmente) inscritas no Cadastro Único dos programas sociais do governo terão direito a receber de volta até 50% dos tributos na conta de luz, água, esgoto e gás natural, e de até 100% na aquisição do gás de botijão.

Cesta básica e higiene

O governo listou 18 categorias de produtos da cesta básica nacional que serão integralmente desonerados. A seleção considerou a diversidade regional e cultural da alimentação do país e quais alimentos são mais consumidos pela população de baixa renda.

Os produtos com a alíquota zero previstos são: arroz, leite, manteiga, margarina, feijões, raízes e tubérculos, cocos, café, óleo de soja, farinhas em geral, açúcar, massas alimentícias, pão do tipo comum, ovos, produtos hortícolas e frutas.

Já os produtos que terão redução de 60% das alíquotas de IBS e CBS incluem: carnes bovina, suína, ovina, caprina e de aves e produtos de origem animal, peixes (exceto salmonídeos, atuns; bacalhaus, hadoque, saithe e ovas e outros subprodutos), crustáceos (exceto lagostas e lagostim) e moluscos, leite fermentado, bebidas e compostos lácteos, queijos, mel, mate, tapioca, sal, sucos e polpas de fruta.

Também terão desoneração de 60% produtos de higiene pessoal e limpeza, entre eles sabonete, pasta de dente, papel higiênico, água sanitária e sabões em barra.

Desoneração para profissionais

Foi proposta ainda a redução em 30% das alíquotas da CBS e do IBS sobre a prestação de serviços de 18 profissões regulamentadas de natureza científica, literária ou artística. Considerando a alíquota média de 26,5% para os novos tributos, os serviços desses profissionais seriam de 18,6%.

As profissões com desoneração são: administradores, advogados, arquitetos e urbanistas, assistentes sociais, bibliotecários, biólogos, contabilistas, economistas, economistas domésticos, profissionais de educação física, engenheiros e agrônomos, estatísticos, médicos veterinários e zootecnistas, museólogos, químicos, profissionais de relações públicas e técnicos industriais e agrícolas.

Serviços de educação

A proposta ainda reduz em 60% a CBS e o IBS de serviços de educação, como ensino infantil, fundamental, médio, técnico, superior, ensino para jovens e adultos, ensino de sistemas linguísticos, de natureza visual-motora e de escrita tátil, ensino de línguas nativas de povos originários e educação especial destinada a portadores de deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.

sf/cn (abr, ots)

DW



Há 40 anos, Câmara derrubava emenda das eleições diretas


 

Foto: Senate Archive

Vinte anos depois do golpe militar que instituiu a ditadura no Brasil, a Câmara dos Deputados tinha uma pauta histórica no dia 25 de abril de 1984. Na data, foi votada a proposta de emenda conhecida como Dante de Oliveira, apresentada um ano antes, que pretendia alterar a Constituição em vigor desde 1967 e reinstaurar as eleições diretas para presidente da República.

A pressão popular era imensa a favor da emenda, quatro anos depois do movimento Diretas Já ganhar corpo e mobilizar as ruas do país. De acordo com levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) naqueles dias, 84% dos brasileiros queriam votar para presidente.

No plenário, o placar foi amplamente favorável: 298 parlamentares aprovaram a emenda, com 65 contrários e três abstenções. Entretanto, os números não foram suficientes. Com 113 ausências, o número mínimo de votos favoráveis para uma mudança constitucional não foi atingido — seriam necessários 320 votos, ou seja, dois terços da Câmara.

"A derrota foi uma ducha de água fria no movimento que havia sido criado para a aprovação da emenda, nas pessoas que foram mobilizadas. Foi uma grande decepção", avalia o historiador Rodrigo Patto Sá Motta, professor na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). "A reação foi de inação: ninguém via muito o que fazer, a sensação era de que ‘perdemos' e não se podia nada fazer."

"Foi um momento, não diria de descrença, mas de desilusão com relação à possibilidade de eleição direta que poderia, de alguma forma, antecipar alguns processos que só iriam ocorrer na década de 1990, no que diz respeito à democracia e democratização social", acrescenta o historiador Victor Missiato, pesquisador na Universidade Estadual Paulista (Unesp). Ele abordou o tema em sua dissertação de mestrado.

A rejeição da emenda fez com que a eleição para presidente da República do ano seguinte fosse mais uma vez indireta. E os brasileiros só iriam às urnas para eleger o chefe do Executivo novamente em 1989, um ano depois de a democracia ter sido garantida de forma plena com a Constituição de 1988.

Longa transição

Professor na Universidade Federal Fluminense (UFF), o historiador Daniel Aarão dos Reis considera importante fazer uma conceituação sobre qual foi, de fato, o período da ditadura no Brasil. Para ele, o marco cronológico criado, ou seja, de 1964 a 1985 — com a eleição indireta de Tancredo Neves, quebrando a série de presidentes militares — é "uma baita incoerência".

"A transição da ditadura para a democracia foi longa, cheia de negociações", afirma. "Começou com a política do [presidente militar Ernesto] Geisel, em 1974, e foi se transformando ao longo do tempo. Para mim, ela terminou em 1979 quando os atos institucionais foram revogados e, então, acabou o Estado de exceção no Brasil."

Ele argumenta que, desde então, não havia mais censura, voltaram os exilados, houve eleições livres para governadores em 1982, três greves gerais e todo o movimento das Diretas — sem repressões. "Que ditadura era essa?", provoca. "O que ocorria era que o Brasil continuava regido pelo entulho autoritário. Era uma barafunda terrível, mas não mais uma ditadura."

"Agora, realmente, a transição só iria se completar com a Constituição de 1988", pontua.

De 1984 a 1988

A rejeição da emenda Dante de Oliveira, portanto, está neste contexto. E, no parlamento, a frente heterogênea das Diretas tinha representantes distintos. "Eram políticos moderados, como Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e Franco Montoro. E esses políticos estavam já envolvidos nas articulações que levariam à vitória do Tancredo nas eleições indiretas", contextualiza Reis.

"Nos bastidores já havia a articulação para que Tancredo fosse o escolhido e isso, de certa forma, era uma compensação, pois alguém da oposição iria assumir", analisa Sá Motta. O historiador diz que a base governista tinha "medo" de que um "candidato mais ousado" surgisse com as eleições diretas, tornando a transição mais intransigente com os militares.

"Se [as diretas] fossem aprovadas, provavelmente o candidato vitorioso seria o Ulysses Guimarães, mais radical em seus discursos e posicionamentos com relação à transição do regime militar para a democracia no Brasil. Tancredo era visto como um negociador que estabeleceria mais pontes justamente com a Arena [o partido que sustentava o regime, na época já rebatizado como Partido Democrático Social, o PDS] e os militares", diz Missiato.

Segundo ele, o discurso das diretas era hegemônico "de dentro para fora" da Câmara. "De fora para dentro, a perspectiva de negociação política era outra", compara.

O que parecia consenso entre todas as alas era que a ditadura chegava ao fim. E que o próximo presidente, mesmo eleito por vias indiretas, seria um civil — independentemente do espectro político.

"Já não havia ditadura, por isso não se pensava em continuidade do regime. Havia a perspectiva, dentre os que se levantavam contra a emenda, de manter a hegemonia do PDS, o partido herdeiro da Arena. Eles estavam convencidos que, se a eleição se mantivesse indireta, o partido ganharia", diz Aarão.

Não contavam com um movimento de antigos apoiadores civis da ditadura, como José Sarney e Antonio Carlos Magalhães, de se aliarem aos moderados da oposição. Sarney, inclusive, se filiaria ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), para compor a chapa com Tancredo Neves — na época era preciso que o cabeça e o vice fossem da mesma legenda.

Pelo lado do PDS, o nome considerado mais forte era de Paulo Maluf. "Era uma candidatura percebida como frágil. Mas mesmo com ele, seria uma mudança porque seria um civil governando os restos da ditadura", avalia Sá Motta.

Para os historiadores, a consequência da derrota da emenda, mais do que postergar as eleições diretas, foi o arranjo final da redemocratização brasileira, com a Constituição de 1988. Em vez de uma "caça às bruxas", responsabilizando a cúpula militar que chefiou a ditadura, houve um acordo consensual, mantendo privilégios.

" O movimento das Diretas não se estruturou em torno de um plano político, mas de um ponto exclusivo, as eleições diretas para presidente. Era uma frente heterogênea, e isso teve um impacto direto, positivo, na constituinte. A frente heterogênea se diluiu na constituinte", explica Reis.

Para Missiato, como as negociações "percorreram toda a formação do texto constitucional", foram mantidas autonomias a "várias prerrogativas dos militares". Ele elenca a constitucionalização das polícias militares, a militarização da segurança pública e "o controle do tema da defesa por parte os militares".

"O fato de a institucionalidade ter preservado muito das autonomias militares é um problema para a democracia, e a gente vê isso até hoje no escasso debate sobre o controle civil da defesa", comenta ele.

Dante de Oliveira

A proposta de emenda constitucional era clara e simples. Previa que o presidente e o vice seriam "eleitos, simultaneamente, entre os brasileiros maiores de 35 anos e no exercício dos direitos políticos, por sufrágio universal e voto direto e secreto, por um período de cinco anos".

O autor do texto, o engenheiro civil e político Dante Martins de Oliveira (1952-2006) tinha sido deputado estadual do Mato Grosso de 1979 a 1983 e, na época, era federal pelo mesmo estado — posto que ocupou de 1983 a 1986. Era filiado ao PMDB e, em sua biografia, havia a participação na militância do Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8), durante a ditadura.

Também foi prefeito de Cuiabá em três momentos — em 1986, de 1987 a 1989 e de 1993 a 1994. De 1986 a 1987 foi ministro da Reforma e do Desenvolvimento Agrário. Por dois mandatos consecutivos, de 1995 a 2002, governou o estado do Mato Grosso.

Depois do PMDB, foi filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), de 1990 a 1997, e ao Partido da Social Democracia Brasileira (PDSB), de 1997 até sua morte. Morreu em 2006, aos 54 anos, vítima de pneumonia.

DW



Premiê do Haiti renuncia e abre caminho para eleições


 Foto: Matias Delacroix/AP/picture alliance

O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, renunciou ao cargo nesta quinta-feira (25/04), abrindo caminho para o estabelecimento de um novo governo.

A renúncia ocorre após meses de atos de violência promovidos por gangues que tomaram conta do país, incluindo cerca de 80% da capital, Porto Príncipe.

Um conselho de transição foi empossado nesta quinta-feira para nomear um novo governo interino, abrindo caminho para as primeiras eleições no Haiti desde 2016.

Henry estava no poder desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse em 2021 e deveria ter deixado o governo em fevereiro, mas permaneceu no cargo após um acordo com a oposição.

O ministro das Finanças, Patrick Boisvert, deverá atuar como primeiro-ministro provisório após ser nomeado pelo gabinete remanescente de Henry. Não está claro quando o conselho de transição escolherá seu próprio primeiro-ministro interino.

Em uma carta divulgada em redes sociais, Henry disse que seu governo havia "servido à nação em tempos difíceis". "Solidarizo-me com as perdas e o sofrimento enfrentados por nossos compatriotas durante esse período", escreveu ele.

Em outro texto publicado no mesmo dia, Henry afirmou que decidiu renunciar por "motivos pessoais".

Violência generalizada de gangues

A violência de gangues no Haiti se acentuou no dia 29 de fevereiro, quando elas lançaram ataques coordenados em Porto Príncipe e arredores e pressionaram pela renúncia de Henry.

Os criminosos abriram fogo contra o principal aeroporto internacional do país, fechado desde o início de março, e invadiram as duas maiores prisões do Haiti, libertando cerca de 3 mil prisioneiros.


Foto: Odelyn Joseph/AP Photo/picture alliance

Os ataques começaram quando Henry estava em uma visita oficial ao Quênia, na tentativa de obter apoio para uma missão internacional para o envio de forças de segurança ao Haiti. Ele continua impedido de entrar no país caribenho.

"Porto Príncipe está agora quase completamente isolada devido aos bloqueios aéreos, marítimos e terrestres", disse a diretora do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Cahterine Russel.

Mais de 2,5 mil pessoas foram mortas ou feridas por atos de violência entre janeiro e março, de acordo com dados do Escritório Integrado das Nações Unidas no Haiti. Isso representa uma alta de 53% em comparação com os últimos três meses de 2023.

bl/ra (AP, Reuters, AFP)




“Governo erra ao judicializar a política”, diz Pacheco sobre desoneração da folha


 Pedro França/Agência Senado

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), disse que “o governo federal erra ao judicializar a política”.

O comentário foi feito nesta quinta-feira (25) após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin suspender trechos da desoneração da folha.

O governo federal erra ao judicializar a política e impor suas próprias razões, num aparente terceiro turno de discussão sobre o tema da desoneração da folha de pagamento

Rodrigo Pacheco

Pacheco também disse que respeita “a decisão monocrática do ministro Cristiano Zanin” que buscará “apontar os argumentos do Congresso Nacional ao STF pela via do devido processo legal”. “Mas também cuidarei das providências políticas que façam ser respeitada a opção do Parlamento pela manutenção de empregos e sobrevivência de pequenos e médios municípios”.

O presidente do Senado disse que, na sexta-feira (26), se reunirá com a consultoria e a advocacia da Casa para tratar do tema. “Uma reunião de líderes do Senado também será convocada extraordinariamente”, completou.

Análise no plenário

Em sua decisão, que atendeu a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), Zanin remeteu para o plenário do STF a análise da ação que levou à suspensão da prorrogação da desoneração da folha de pagamentos, que havia sido aprovada pelo Congresso.

O argumento principal da AGU era de que a decisão do Legislativo sobre renúncias de receitas deve ser precedida de avaliação prospectiva do respectivo impacto orçamentário e financeiro, o que não teria sido observado no processo legislativo que levou à prorrogação da desoneração.

Tensionamento

Em nota, o presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), Joaquim Passarinho (PL-PA), disse que a ação do governo contra a desoneração “contribuirá para prolongar o tensionamento nas relações com o Legislativo”.

Para Passarinho, “a judicialização da política simboliza um retrocesso em termos sociais e econômicos”.

O presidente da FPE disse esperar que o plenário do STF “irá corroborar a decisão soberana do Congresso Nacional, que legislou em favor da manutenção desta fundamental política pública”.

CNN



Zanin, do STF, suspende desoneração da folha de empresas e municípios a pedido do governo, parlamentares criticam

Foto: Cristiano Zanin/Agência O Globo

O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a um pedido do governo federal e suspendeu a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia intensivos em mão de obra e de determinados municípios. Após a decisão, parlamentares reagiram e criticaram a suspensão.

A decisão de Zanin é liminar (provisória) e será analisada pelo plenário virtual do STF a partir desta sexta-feira até o dia 6 de maio.

A desoneração atinge setores econômicos que empregam mais de 9 milhões de pessoas. Entidades empresariais e sindicatos ressaltam que ela é importante para a geração e manutenção de emprego e renda.

Para a deputada Any Ortiz (Cidadania-RS), a decisão do ministro Zanin representa “uma afronta ao Congresso Nacional”, que já votou a favor da desoneração da folha por ampla maioria, tendo inclusive derrubado o veto presidencial à prorrogação da medida até 2027.

— Se a decisão for confirmada pelo plenário do Supremo, vai gerar um enorme prejuízo para as empresas porque elas não têm condições de arcar com o aumento de custo da folha — destacou a deputada, que foi relatora do projeto que prorroga a desoneração na Câmara.

Segundo ela, a decisão do ministro, se mantida, vai gerar demissões, além do aumento no preço de produtos e serviços.

O senador Ângelo Coronel (PSD-BA), que foi relator da medida no Senado, lembrou que o Congresso votou o tema por ampla maioria.

— Esperamos que a maioria do STF derrube essa decisão — afirmou.

O deputado Joaquim Passarinho (PL-PA), presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), também criticou a decisão do ministro. Ele mencionou que o argumento da inconstitucionalidade não procede porque a desoneração já existia antes da Reforma da Previdência, em vigor desde 2019.

— A desoneração já existia e foi apenas prorrogada. Não houve criação de benefícios — disse o deputado.

Na decisão, o ministro entendeu que a aprovação da desoneração pelo Congresso não indicou o impacto financeiro da medida para as contas públicas. Discussões no próprio STF, porém, já atestaram a constitucionalidade da desoneração das empresas, pois se trata de uma prorrogação e não de uma nova política.

Em 2021, o então ministro do STF Ricardo Lewandowski — hoje ministro da Justiça — votou para rejeitar outro pedido da AGU contra uma prorrogação anterior da desoneração das empresas. No voto, Lewandowski afirmou que “a prorrogação do prazo de validade da substituição não pode ser considerada uma nova instituição, por não traduzir um novo regime, mas sim a manutenção de um regime já vigente e autorizado”. O julgamento não chegou a ser concluído.

Na época, a Procuradoria-Geral da República (PGR) também defendeu a rejeição daquele pedido. Pareceres do Congresso também já atestaram que a prorrogação da desoneração das empresas é constitucional porque não se trata de um benefício novo, mas da manutenção de uma política já em vigor.

Parecer da Secretaria-Geral da Mesa da Câmara ressalta que a Reforma da Previdência de 2019 não veda a prorrogação das desonerações já autorizadas. Por isso, “não se verifica inconstitucionalidade material” na prorrogação da desoneração.

O Senado também já informou, em parecer ao STF, que a lei deveria ser considerada constitucional “tendo em vista a observância dos princípios e regras constitucionais, a separação dos Poderes, bem como preservando-se a presunção de constitucionalidade das leis e a legitimidade da opção aprovada pela mais legítima representação democrática”.

Durante as discussões sobre o assunto pelo Congresso, especialistas, centrais sindicais e entidades empresariais defenderam a prorrogação até 2027 era constitucional.

O projeto de lei que trata da desoneração foi aprovado pelo Congresso por ampla maioria no ano passado. Depois, foi vetado integralmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas o veto foi derrubado pelo Congresso. O texto prorroga até 2027 a desoneração da folha dos 17 setores da economia que mais empregam no país.

Logo após a derrubada do veto, uma medida provisória (MP) editada por Lula revogou a desoneração, o que gerou reação de parlamentares. Depois, Lula recuou e manteve a desoneração. Porém, ele enviou um projeto ao Congresso estabelecendo a reoneração gradual.

A proposta de desoneração da folha substituiu a contribuição previdenciária patronal de empresas de setores que são grandes empregadores, de 20%, por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. Essa troca diminui custos com contratações para 17 setores, como têxtil, calçados, construção civil, call center, comunicação, fabricação de veículos, tecnologia e transportes.

Zanin também suspendeu a desoneração da folha de municípios de médio porte. Essa é válida para municípios com menos de 156 mil habitantes e reduz a alíquota da Previdência de 20% para 8%.

O Globo